FIGURA DA SEMANA – MÓNICA SEIDI

melhor jogadora açoriana de basquetebol está de volta ao Boa Viagem. Um reforço de peso para Nuno Barroso e um exemplo para todas as atletas dos escalões de formação terceirenses.

Tinha 14 ou 15 anosquando decidiu experimentaro andebol, para jogar algodiferente. Na altura os paisconvenceram-na a ficar pelobasket, e ainda bem. Anos maistarde sobe ao escalão séniorda equipa do Corpo Santo, integraos trabalhos da SelecçãoNacional de Sub-20, entra naUniversidade e vai jogar parao Olivais de Coimbra, uma dasmelhores equipas nacionais.“Fui para uma equipa comoutras ambições, que estavahabituada a lutar pelos primeiroslugares da Liga e o ritmodo trabalho era diferente.No princípio custou. Tive umperíodo difícil, mas nunca vireia cara ao trabalho e sempreacreditei que com trabalhoas coisas iam melhorar, emelhoraram”, refere MónicaSeidi, para quem o sacrifícioe o trabalho árduo compensam…“É importante para osjovens que começam a encararo basket a sério, fazerem umaboa gestão do tempo. Foi oque eu fiz estes anos todose consegui sempre fazertudo. Sempre tive boas notas,sempre joguei basket… Claroque custa estar em estágiose teres colegas a dormir enquantotens ‘não sei quantoscapítulos’ para ler, mas pegasno livro e vais ler”, aconselhaa internacional portuguesa ásatletas terceirenses (e já agoraa alguns pais, dizemos nós).“BOA VIAGEM MELHOR”Mas a notícia é o regressoao Boa Viagem e este promete.“Encontrei um Boa Viagembem diferente, para melhor.Espero que ninguém se ofenda,mas a organização do clubeestá diferente, o que tambémse deveu à entrada de pessoasnovas e com novas ideias.Espero que continuem a dinamizaro clube desta forma”,confessa a atleta, ambiciosaem relação à próxima época.O entusiasmo está lá e aesperança em conseguir umaépoca memorável para o clubeé grande. Mónica não fala nossonhos, mas para quem já passoupelos estágios da SelecçãoNacional sénior, este é sempreum objectivo, como a própriaconfessa. Mas para já os olhosestão no Municipal de Angrae o fundamental é conseguircriar uma equipa.“Só temos duas semanas detrabalho. O que é pouco parajogadoras que nunca jogaramjuntas. Estamos numa fase deconhecimento e o trabalhoestá a ser bom, por isso achoque podemos dificultar a vidaás adversárias”, diz Mónica,que continua em sintoniacom o grupo… “Os meusobjectivos enquadram-se nosobjectivos da equipa. Estamosaqui para conseguir mais doque os play-off e fazer umcampeonato tranquilo. É paraisso que trabalhamos todos osdias”, completa, deixando bemvincados os desejos do ClubeJuvenil Boa Viagem.No final, um apelo: “OPavilhão vai ser a nossacasa e o apoio do públicoé determinante. Joguei duasépocas no pavilhão dos Olivais,que não tem metadedas condições do nosso, masonde em todos os jogos aspessoas apareciam e gritavampor nós. Eram o sextojogador e ajudavam bastante.Espero que aqui aconteça omesmo”.Uma “jogadora/estudante”Há medida que os anos passam as responsabilidades crescem.São os testes, os exames, as médias… Muitos desistem,outros optam por isto ou por aquilo, e outros, os que queremtudo, tratam de arranjar tempo para estudar, praticar desportoe… “Namorar claro…(risos)… Tenho de arranjar tempo paratudo”, diz Mónica Seidi.Aos 21 anos a jogadora do Boa Viagem, frequenta o 3ºano do curso de Medicina, na Universidade de Coimbra e é oexemplo vivo de como é possível conjugar os estudos com aprática de desporto de alto nível… Quantos nos Açores podemdizer que precisam de atravessar o Atlântico para jogar? Aatleta está ciente das dificuldades, mas confiante.“Não teria aceite este convinte se isso fosse impossível deconjugar com os estudos. Estou ainda à espera que me sejamdadas algumas facilidades a nível de horário, para treinar aquio maior número de vezes, para conseguir o entrosamentocom a equipa.Requer um esforço extra, mas se não confiásse em mimnão teria aceite este convite”.Uma opção que deita por terra algumas desculpas parafaltar aos treinos, até porque ainda sobra tempo para algomais… “Faço o que qualquer jovem da minha idade faz. Gostode ir ao cinema, vou à internet, vejo televisão, leio, ouçomúsica… E gosto muito de estar com os amigos, quando issoé possível”.